quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Fadas no Divã

Psicanálise nas histórias infantis

Escrito por dois psicanalistas, a partir da própria experiência clínica, pessoal e parental, Fadas no Divã engata o leitor que, como eles, sente-se pessoalmente implicado, interpretado pelo encontro com suas velhas histórias. Nesse sentido é um livro que pode evocar lembranças e suscitar possíveis insights do leitor sobre sua infância. Ou seja, embora não seja escrito para isso, pode ter como efeito paralelo uma função de auto-análise. É também uma forma de aprender psicologia e psicanálise através das histórias infantis.
O livro se pergunta porque as histórias e contos de fadas migraram do folclore para a infância e qual o seu papel no psiquismo infantil. Supõe que a razão da sobrevivência destas antigas histórias provém do fato de que elas ainda possuem função de suporte para a elaboração de fantasias relativas à vida familiar, ao desenvolvimento das identidades sexuais e ao amor. Para tanto, interpreta os principais contos de fada clássicos para saber quais os mecanismos inconscientes que eles ativam. Defende a idéia que o século XX criou os seus próprios contos de fada modernos e dedica-se ao estudo de várias dessas histórias, tais como as de Peter Pan, Pinóquio, do Ursinho Pooh, até chegar em Harry Potter passando pela Turma da Mônica. Utiliza-se de cartoons com personagens infantis, dirigidos ao público jovem e adulto, (como Peanuts, Mafalda e Calvin) para discutir sobre a infância contemporânea e as expectativas que depositamos nela. Analisa um conto elaborado por Mário durante a infância de suas filhas, para demonstrar os conteúdos do inconsciente de um determinado núcleo familiar que se expressam numa experiência narrativa. Essa parte do livro visa incentivar as famílias a criar suas próprias histórias, a adulterar ao seu gosto os contos clássicos e compartilhar um acervo imaginário rico com as crianças.  Uma leitura das fantasias que se animam e aninham nas histórias infantis não pode ser como uma autópsia, ela deve ser como um portal de acesso, onde cada um viva sua prórpia aventura.

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